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Você sabe o que é “VAPING”?
Vaping é um termo inglês usado para descrever o novo modismo de se inalar um aerossol com vaporização de substâncias químicas, podendo conter nicotina ou maconha, com diversos sabores produzidos por um dispositivo como os cigarros eletrônicos ou e-cigarettes.
Criado para substituir os cigarros de nicotina em indivíduos que tentavam parar de fumar e aperfeiçoado com os diversos sabores de frutas, gomas de mascar e menta, com enorme marketing e publicidade dirigida aos adolescentes e jovens, como nos Estados Unidos e em outros países, ganhou rapidamente o mercado, superando o uso dos cigarros.
Os principais motivos para o início do uso dos vaporizadores eletrônicos, como os e-cigarettes entre os adolescentes, têm a ver com a curiosidade, a vontade de experimentar a inalação com os sabores, para socialização com colegas, para alívio de tensões ou conflitos, para “chamar atenção”, para se sentir inserido no grupo, já que os cigarros convencionais têm sido cada vez mais excluídos das rodas de conversa e dos bares e restaurantes, inclusive nas festas.
O risco mais importante para a saúde é que o hábito causa dependência e apesar de ser propagada que as quantidades de nicotina são menores, isto não é correto. Além das diversas quantidades de nicotina ou THC, tetra-hidro-canabidiol, são inalados também vários produtos químicos dos aromatizantes e elementos como o chumbo e cobre, nas partículas aspiradas.
Além de ser uma porta de entrada para o uso futuro de outros sabores, mais cigarros, bebidas alcoólicas e maconha, causando dependência comportamental, com alterações cerebrais, mentais, vasculares e pulmonares, como pneumonias e pior ainda, a possibilidade de episódios acidentais de queimaduras, no nariz, boca, olhos ou rosto e também nas mãos ou pernas (quando se carrega nos bolsos das calças) e até explosões e incêndios nos quartos e salas de uso. A ingestão líquida da nicotina e dos produtos químicos também pode causar problemas graves.
Apesar de ser comercializado facilmente na internet, no Brasil, desde 2009, os cigarros eletrônicos são proibidos pela Anvisa. Tal proceder ganhou apoio das sociedades médicas, e foi amparado por pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer (INCA), bem como relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Atualmente existem várias marcas no mercado e também em vários formatos e tamanhos customizados, desde o modelo de cigarros coloridos (e-cigarettes) até charutos (e-cigar) ou cachimbos (e-pipe).
O narguilé, que também é um vaporizador, já era usado em outras culturas e países e tem ganhado cada vez mais adeptos em reuniões e festas, entre jovens brasileiros, apesar de ser também bastante tóxico e causar dependência.
Outros modelos foram lançados como o IQOS com a propaganda de que é um tabaco “aquecido mas que não queima”. Ou o MOD (modifiable device) que parece um pequeno celular que cabe na palma da mão.
Embora o uso seja atrativo e haja a propaganda de que esses cigarros sejam inofensivos, é muito importante enfatizar que a nicotina causa dependência grave e que o início precoce do uso na adolescência precisa ser avaliada por uma equipe médica e psicológica para o correto tratamento.
Mais que proibição, a arma mais eficaz contra o cigarro tradicional, eletrônico, ou outras drogas, sempre será o diálogo aberto e sem tabus na família. Nesse ambiente, o adolescente deve se sentir confortável para questionar, se abrir e descobrir os reais motivos para não se usar tais produtos.
Também é importante saber que existem profissionais capacitados para ajudar as famílias e adolescentes em casos como estes. Na Clínica de Adolescentes contamos com equipe multidisciplinar para tratar dessas e outras demandas.
Para se inteirar:
Nota da Anvisa sobre proibição dos Cigarros eletrônicos
Manual Ministério da Saúde: Cigarros Eletrônicos o que sabemos
Relatório da OMS para controle do tabaco
Vídeo: Electronic Cigarettes and Vaping
Artigo: Reasons for Vaping Among U.S. 12th Graders
A misteriosa doença ligada a cigarros eletrônicos que já matou seis pessoas nos EUA - MSN.com
Dra. Evelyn Eisenstein, pediatra e hebiatra com mais de 40 anos de experiência e diretora médica da Clínica de Adolescentes
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