Semana Mundial da Atividade Física: está na hora de se mexer!


De acordo com uma pesquisa publicada no jornal científico The Lancet, o número de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos obesos em todo o mundo aumentou dez vezes nas últimas quatro décadas, sendo a obesidade considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma pandemia.

A obesidade durante a infância e adolescência tem consequências adversas e uma maior chance de que a criança obesa se torne um adulto obeso. Isso pode acarretar diversas consequências físicas e emocionais, tais como problemas cardíacos, diabetes, hipertensão, hepatopatia, doença articular, asma, problemas de saúde bucal, ansiedade, depressão, alterações ortopédicas e articulares, transtornos de déficit de atenção como hiperatividade, problemas de sono e percepção negativa de qualidade de vida.

A obesidade ocorre por fatores relacionados à alimentação e ao sedentarismo. Na alimentação, um gatilho é o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, aqueles que contêm vários ingredientes, levam pouco (ou nada) de origem natural e são feitos com aditivos químicos. Como exemplos temos refrigerantes, salgadinhos, salsichas, sucos de caixinha, achocolatados e muitos outros.

Já o sedentarismo está ligado ao tempo que as crianças e adolescentes passam expostos em frente às telas, privando-se de atividades lúdicas ao ar livre e da interação social com a família e colegas da mesma faixa etária.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), na faixa etária dos 6 a 19 anos, o ideal é que sejam praticadas pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido, como pedalar, nadar, dançar, correr, saltar e jogar futebol. Essas atividades fortalecem os músculos, ossos, aumentam a imunidade e auxiliam no desenvolvimento motor, cognitivo, físico e social de crianças e adolescentes, além de prevenir doenças.

Para as crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade que iniciarão na prática de atividade física, é muito importante o suporte do pediatra ou hebiatra, em conjunto com a família e os profissionais de educação física, nutrição, psicologia, ortopedia e fisioterapia, para criar condições favoráveis tanto de forma física, como emocional para a construção de uma vida mais saudável.

Para todos os tipos de crianças e adolescentes deve-se ter em vista atividades físicas adaptadas aos aspectos socioculturais, para cada realidade e possibilidade.

A escola também deve ser uma aliada, estimulando a participação durante as aulas de educação física. Vale lembrar que deve ser respeitado o ritmo de cada um, sem que a atividade física se torne fonte de bullying ou exclusão.

Em tempos de confinamento, por conta da pandemia do novo coronavírus, cabe aos pais exercerem a criatividade para a promoção de atividades. Algumas dicas são:

- Caça ao tesouro
- Pique esconde
- Batalha de dança
- Dança da cordinha
- Depois de toda a bagunça, vale a pena incluir a turma na organização da casa. Além de ajudar no processo, essa se torna mais uma forma de se exercitar.

Fontes de pesquisa:

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/19890d-MO-Promo_AtivFisica_na_Inf_e_Adoles.pdf

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/9667d-DOC-CIENT-AtivFisica.pdf

https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45494-obesidade-infantil-traz-riscos-para-a-saude-adulta

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

https://www.bbc.com/portuguese/geral-41588686

Dra. Evelyn Eisenstein, pediatra e hebiatra com mais de 40 anos de experiência e diretora médica da Clínica de Adolescentes


 
 
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