Convulsão: saiba como agir e quais os cuidados necessários


A convulsão é um distúrbio no qual descargas elétricas anormais no cérebro fazem com que os músculos do corpo (pernas, braços, pescoço, tronco) se contraiam e relaxem rapidamente de maneira desordenada. Habitualmente o indivíduo perde a consciência durante o episódio, que costuma durar de um a dois minutos.

Principais causas
  • Epilepsia (causa mais comum);
  • Uso de drogas como álcool, cocaína, anfetaminas e anabolizantes;
  • Hipoglicemias, ou seja, baixa da glicose (açúcar) no sangue, devido a dietas ou ao hábito de pular refeições, principalmente o café da manhã;
  • Traumatismos cranianos, em decorrência, por exemplo, de acidentes em práticas desportivas;
  • Infecções agudas, como meningite, encefalite e neurossífilis – estas podem ser também precipitadas por febres altas;
  • Luz estroboscópica somada a som muito alto e vibrante das músicas em festas, que podem estar também associadas ao uso de álcool e outras drogas e ao estresse da própria festa.
Atendimento

Embora observar uma crise possa ser assustador, é importante manter a calma e ajudar o indivíduo para impedir que ele se machuque. Veja algumas dicas:
  • Ajude a pessoa a se deitar, para impedir que caia abruptamente;
  • Deite-a de lado para evitar que a língua caia para trás, impedindo a respiração, ou que ela aspire o vômito, se for o caso;
  • Remova qualquer objeto perigoso que esteja nas proximidades, inclusive brinquedos, utensílios de papelaria, qualquer objeto sólido e duro;
  • Espere até que o paciente normalize a respiração e recupere a consciência; 
  • Anote como e quando a convulsão começou, o que ocorreu antes da crise e o tempo de duração, para informar ao médico responsável.
De modo geral, é relativamente fácil tratar a epilepsia do adolescente, cujas crises costumam ser controladas pelos anticonvulsivantes convencionais. O difícil é tratar o adolescente! Nem sempre ele compreende as regras exigidas pelo tratamento contínuo. Não só em relação ao uso diário da medicação, que eventualmente deve ser usada em mais de uma dose, mas também à disciplina imposta à rotina da sua vida: obediência ao horário de dormir e das refeições; proibição de bebidas alcoólicas, de atividades esportivas de risco (surfe e asa-delta, por exemplo) e de dirigir veículos motorizados, como motocicletas.

Efeitos colaterais das drogas antiepilépticas – como sonolência, lentificação na execução das tarefas escolares e diminuição da concentração –, quando presentes, podem levar o paciente a abandonar total ou parcialmente o tratamento.

É importante explicar a natureza da doença, a necessidade e o porquê dos remédios, deixar claro que, na maioria das vezes, a doença e o tratamento não interferem nos seus potenciais intelectual, social e sexual, assim como na sua futura capacidade de gerar filhos saudáveis. É básico esclarecer suas dúvidas com uma linguagem acessível à sua idade e ao seu nível de compreensão.

É fundamental, além de tudo, que se deixe clara a perspectiva de alta do tratamento após um período variável, de dois a três anos sem crises convulsivas e após a maturação cerebral mais completa pós-adolescência.

Vale muito a pena buscar e seguir o tratamento correto e tomar cuidado com os exageros como falta de dormir e de comer e de exercícios arriscados!

Conte com a Clínica de Adolescentes para o seu tratamento.

Dr. Eduardo Jorge Custódio da Silva, neuropediatra e um dos diretores da Clínica de Adolescentes

 
 
Clique para ampliar o mapa
e ver nossa localização.