Colesterol é o vilão ou o herói da história?


Já conversamos sobre a importância de manter uma rotina de alimentação balanceada durante a adolescência, com a ingestão adequada de proteínas  glicídeos ou os açúcares e os lipídeos ou as gorduras, além dos micronutrientes como as vitaminas e os minerais.

A ingestão deve estar ligada à fase da puberdade, bem como, peso, altura, e estilos de vida, além dos hábitos de sono e atividades físicas. É importante analisar o histórico da genética familiar, principalmente doenças do coração, pressão alta, diabetes e uso de drogas como as bebidas alcoólicas e tabagismo.

O guardião de todo esse equilíbrio do metabolismo é o Sr. Fígado, que produz um líquido denominado bile, que ajuda a eliminar os produtos tóxicos do corpo, inclusive as gorduras, quando em excesso.

A gordura mais conhecida é o colesterol, porém, existem outros tipos de gorduras, como as lipoproteínas de baixa densidade denominadas LDL e as lipoproteínas de alta densidade denominadas HDL. Ainda existe a VLDL.

Embora existam muitas siglas e nomes difíceis, o mais importante é saber que a razão ou a proporção entre estes tipos de gordura com os triglicerídeos, que são produzidos durante o metabolismo dos açucares, podem estar elevados devido à obesidade ou à diminuição da produção da insulina, como acontece na diabetes, na síndrome metabólica ou em algumas doenças da tireoide.

Ou seja, apesar de a alimentação levar toda a culpa pelo aumento do colesterol, ela é responsável por 30% desse colesterol, os 70% restantes são devido a fatores genéticos.

Herói ou vilão

Para prevenir e tratar essas doenças é importante fazer um rastreamento durante a adolescência, com os parâmetros de sexo, peso, altura, índices de massa corporal e idade. Tais fatores devem ser acompanhados da avaliação laboratorial no exame no sangue conhecido como lipidograma completo.

Só a partir dessa análise podemos então responder à pergunta se o colesterol é o vilão ou o herói. Se existe alta concentração de gordura no sangue, se está ou não associada aos riscos gerados pelo sedentarismo, fumo, álcool ou história familiar de morte precoce por infarto, ou Acidente Vascular Cerebral.

Caso seja encontrada a quantidade excessiva de gordura, existem mais riscos da formação das placas de depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, conhecida como aterosclerose.

Portanto, aí está o alerta, ou sinal amarelo de atenção: chegou a hora de mudar sua alimentação, diminuir gorduras e aumentar a prática dos exercícios físicos regularmente. Medicamentos só devem ser usados, em casos graves e sempre com a supervisão de um médico especializado.

É importante saber que nem toda pessoa obesa tem colesterol alto, muitas pessoas magras podem ter colesterol ou triglicerídeos elevados. Para avaliar o colesterol existe um exame fundamental: o lipidograma. Ele é indicado para ser feito no início e no fim da puberdade, entre 11/12 anos e depois entre os 17/18 anos, observando mudanças corporais no início da vida adulta, podendo indicar ajustes para adoção de hábitos mais saudáveis.

Adolescentes

Na adolescência, as dicas mais importantes são:

- Balancear a ingestão correta das proteínas com os açúcares, gorduras e também o ácido fólico (400 microg/dia).

- Ingerir alimentos de acordo com as necessidades durante o crescimento e os gastos calóricos.

- Praticar exercícios físicos.

- Diminuir ao máximo o consumo de alimentos ultraprocessados como salgadinhos, biscoitos recheados, batata frita, embutidos (salames, salsichas, mortadela) e outros tipos de junk foods além de gorduras saturadas de porco (bacon, toucinho, banha) e sem exagerar nas gorduras saturadas (recheios de biscoitos tipo clube social e outros).

- Não esqueça d@ seu amig@ médic@: Faça uma avaliação clínica e nutricional. É muito importante ter certeza de que se está vivendo a adolescência de forma saudável e encontrar caminhos para prevenir ou tratar possíveis doenças ocasionadas pelo excesso de gordura.

Materiais produzidos pela Sociedade Brasileira de Pediatria que abordam o colesterol:

- Dislipidemia na infância

- Cuidados com o colesterol devem começar na infância

- Colesterol no alvo: proteja o coração dos seu filh@

Dra. Evelyn Eisenstein, pediatra e hebiatra com mais de 40 anos de experiência e diretora médica da Clínica de Adolescentes

 
 
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