Pais e pediatras devem estar atentos aos perigos transmitidos pelo Mundo Digital

Um mundo cheio de oportunidades. Às vezes perigoso, com riscos, principalmente quando são misturados fatores como tempo de permanência e conteúdo do que está sendo transmitido através de uma pequena tela. Este é o ingrediente principal de uma receita que tem levado crianças e adolescentes a uma realidade fictícia, porém, perigosa: a do Mundo Digital. Dados confirmam que existem riscos no uso excessivo da mídia digital. Não só prolongado, em termos de hora, mas também o risco no sentido do conteúdo, sobre o que está sendo transmitido na telinha. Esta é a opinião da pediatra Evelyn Eisenstein. Em sua palestra no XIII CONSOPERJ, a médica mostrou que o mau uso das tecnologias ou o abuso no uso de celulares e jogos eletrônicos podem levar ao desenvolvimento de diversos problemas.

“A criança não entende aquela imagem que está sendo colocada e por isso estamos falando muito sobre a importância da mediação e a responsabilidade dos pais quem tem que estar junto com os filhos, até os ensinando a usar aquele aparelho, sabendo que jogo a criança está jogando. O mundo digital é um mundo cheio de oportunidades, mas nós temos que colocar o outro lado da questão que são os riscos. Nós, como pediatras, trabalhamos com os riscos”, alertou.

Para uma plateia repleta de pediatras e estudantes, a Dra Evelyn disse que as recomendações são principalmente um alerta quanto à quantidade de tempo que a criança está usando o aparelho. “Se a criança está o tempo todo usando, aí sim estamos com um problema, porque ela já está ficando dependente. A partir daí, teremos uma série de problemas, como transtorno do sono, irritabilidade, transtorno do humor e sedentarismo. Fora os problemas específicos como transtornos de postura, de visão, de audição e o que mais me preocupa como pediatra, que é a dissociação cognitiva afetiva, ou seja, a criança não sabe mais expressar uma emoção”, relatou, exemplificando que ao colocar aquela carinha de alegria, tristeza ou emoção, a criança demonstra que não sabe conversar com uma pessoa e dizer se está chateada, com raiva, etc.

Alguns pais, às vezes não sabem, mas hoje em dia existem vários manuais e sites sobre internet segura, com materiais educativos. Para a pediatra, o pai precisa aprender a usar para poder ensinar o filho a usar e até poder conversar com ele sobre isso. Segundo Evelyn Eisenstein, muitos pais resolvem usar o celular como castigo, o que ela discorda. “O celular não tem que entrar como forma de barganha. É preciso conversar, dialogar, adotar normas de conduta”, afirmou.

“O pediatra tem um papel fundamental. Durante a consulta, a primeira coisa a ser feita é desligar o celular. E também a consulta por celular não deve ser feita. Não podemos fazer diagnósticos, nem tratamento nenhum virtual, muito menos prescrever medicamento sem examinar a criança”, concluiu a pediatra.

*Com informações da assessoria de imprensa da Soperj

 
 
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