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Benefícios da natureza ao desenvolvimento de crianças e adolescentes
Já falamos aqui no blog sobre o tempo excessivo que nossas crianças e adolescentes têm passado conectados a dispositivos eletrônicos como smartphones, videogames e computadores. O uso da tecnologia de forma adequada e monitorada pelo responsável é necessário, mas também é importante que crianças e adolescentes tenham contato com a natureza em prol do seu bom desenvolvimento.
Passear na praça, na praia para ver o pôr-do-sol, brincar em um parque repleto de árvores para respirar ar puro são alguns exemplos de atividades benéficas que podem ser mais úteis do que o confinamento em casa conectado aos eletrônicos, telas de televisão ou jogos de videogames. Observamos que cada vez mais esses momentos de convivência ao ar livre, seja com a família, seja com os amigos, têm sido substituídos pela permanência em ambientes fechados por diversos motivos como medo da violência, falta de tempo dos pais e escassez de ambientes públicos ao ar livre.
Além da família, a escola também deve cumprir seu papel de inserir atividades ao ar livre no recreio ou em passeios no dia a dia de crianças e adolescentes para estabelecer novos horizontes e desenvolver novas habilidades de coordenação psicomotora e controle dos impulsos.
O que determina a legislação
A Constituição brasileira, no Artigo 227, declara que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Já o Artigo 225 afirma que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida sadia, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Benefícios
Diversos estudos relacionam a falta de atividades em interação com a natureza com problemas de saúde na infância e na adolescência como sedentarismo, obesidade, hiperatividade e falta de equilíbrio, de agilidade e de habilidade física – esses problemas podem, inclusive, causar repercussões na saúde da fase adulta.
Em contrapartida, outras pesquisas comprovam que o convívio com a natureza na infância e na adolescência, com mais exercícios e melhor respiração e menos estresse, melhora o controle de doenças crônicas como diabetes, asma e obesidade, diminui o risco de dependência ao álcool e a outras drogas, favorece o desenvolvimento neuropsicomotor e reduz problemas de comportamento, além de proporcionar bem-estar mental, equilibrar os níveis de vitamina D e diminuir o número de visitas ao médico.
O contato com a natureza incentiva também a criatividade, a iniciativa, a autoconfiança, a capacidade de escolha, de tomar decisões e resolver problemas, o que por sua vez contribui para o desenvolvimento de múltiplas linguagens, melhora a coordenação psicomotora e influencia positivamente em quesitos como encantamento, empatia, humildade e senso de pertencimento.
Recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria
Conheça algumas recomendações da entidade:
• Crianças e adolescentes devem ter acesso diário, no mínimo por uma hora, a oportunidades de brincar, aprender e conviver com a (e na) natureza para que possam se desenvolver com plena saúde física, mental, emocional e social.
• Responsáveis, cuidadores e educadores devem estar atentos sobre as especificidades da relação com a natureza em cada faixa etária. No caso das crianças pequenas, o foco deve ser no livre brincar, no movimento de ir além, nas experiências sensoriais e no papel do adulto como um companheiro de exploração e descobertas. Já as crianças maiores estão em busca de aumentar seu raio de exploração, de curiosidade, de autonomia, de lidar com o risco percebido e de alcançar a competência ao lado de seus amigos. O adolescente é uma pessoa em busca de desafios, aventuras e convivência social entre pares, como num acampamento com amigos ou num passeio de trekking, por exemplo.
• Pais e familiares devem compartilhar seu apreço pela natureza e pelas atividades de lazer ao ar livre. Que tal fazer um piquenique num jardim ou caminhar na orla da praia ou da lagoa conversando com seus filhos?
• O poder público deve assegurar que todas as crianças e adolescentes tenham acesso a áreas naturais, seguras e bem mantidas, a uma distância inferior a 2 km de suas residências.
• Famílias, educadores e gestores públicos devem ter consciência de que os
benefícios são mútuos: assim como a criança e o adolescente precisam da natureza, a natureza precisa das crianças e jovens.
Veja outras dicas em: Manual de orientação benefícios da natureza no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Nos dias 10 e 11 de junho de 2019, Dra. Evelyn Eisenstein irá participar do IV Seminário Criança e Natureza: infâncias e naturezas, promovido pelo Instituto Alana. O tema da palestra será Benefícios da natureza no desenvolvimento de crianças e adolescentes na era digital, às 15h30, com transmissão ao vivo via YouTube. Saiba mais aqui.
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Dra. Evelyn Eisenstein, pediatra e hebiatra com mais de 40 anos de experiência e diretora médica da Clínica de Adolescentes
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