Carboidrato: qual a quantidade ideal para o adolescente?


O processo de crescimento corporal e desenvolvimento mental e emocional é uma dinâmica durante toda a vida e com um terceiro componente fundamental, a nutrição. Comer, crescer e desenvolver são tarefas de qualquer ser vivo e os alimentos fornecem as fontes nutricionais, além do oxigênio e da água para a produção de energia, divisão das células e funcionamento normal dos órgãos do corpo. Qual o padrão saudável de alimentação durante a adolescência?

Já descrevemos aqui no blog a importância para o crescimento do adolescente das vitaminas, dos minerais e das proteínas e agora vamos conversar mais sobre os carboidratos (CHO), denominados glicídeos ou conhecidos também como açúcares. Se as proteínas são consideradas os tijolos da construção do corpo, os glicídeos são o cimento ou a argamassa que une os tijolos para dar forma e estilo a essa construção da “casa” em que cada pessoa habita.

Se em excesso existe o risco de sobrepeso e obesidade, em falta existe também o risco de emagrecimento, com fraqueza ou desnutrição, que na infância e na adolescência se tornará prejudicial, atrasando e distorcendo a velocidade de crescimento e desenvolvimento puberal.

Sempre é importante um equilíbrio na ingestão dos carboidratos, tanto na quantidade como na qualidade e de acordo com a idade, a altura, o peso, a quantidade de exercícios e atividades durante o dia e no caso de doenças, como durante infecções ou estados febris. Lógico que meninos e meninas têm padrões diferentes das necessidades nutricionais e também dos glicídeos contrabalançando com a ingestão dos outros nutrientes.

Geralmente o consumo médio de 50 a 55% das calorias totais/dia deve ser derivado dos carboidratos – com uma variação entre 45 a 65%, dependendo também do clima e dos gastos em esportes, nas férias, por exemplo. Importante é haver glicose suficiente para o cérebro funcionar e oxigenar, o que corresponde em média a 130g/dia, ou o adolescente poderá sentir fraqueza, desmaiar ou mesmo perder a consciência.

Fontes de carboidratos

Em média, é importante comer de sete a oito porções de alimentos com carboidratos, todos os dias, divididos entre as refeições e nos diversos tipos como frutas, fibras vegetais e cereais, pães ou massas, arroz, feijões, lentilhas ou legumes e raízes, como abóbora, cenoura, aipim, batatas, milho, e vegetais como couve-flor, brócolis, espinafre e saladas que contenham folhas de alface com tomates, por exemplo.  O leite também é uma excelente fonte de oligossacarídeos, que são açúcares mais simples, em sua composição. O açúcar derivado da cana-de-açúcar é o produto mais consumido no Brasil, também por ser de fácil acesso econômico.

Evitar excessos de carboidratos é importante, principalmente em alimentos industrializados, refrigerantes, guloseimas como biscoitos, balas, doces e pipocas caramelizadas, a toda hora ou em quantidades exageradas. Esse hábito indica mais voracidade do que a necessidade real de satisfação alimentar, que se denomina saciedade. Comer com apetite ou alegria é melhor do que passar fome, mas sem exageros, também na adolescência!

Dra. Evelyn Eisenstein, pediatra e hebiatra com mais de 40 anos de experiência e diretora médica da Clínica de Adolescentes

 
 
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