Ansiedade: como reconhecer os sinais e procurar ajuda especializada


Ansiedade e medo são emoções normais e necessárias à nossa sobrevivência e que nos ajudam a lidar com as situações difíceis e desafiadoras do dia a dia. Podemos sentir ansiedade quando estamos preocupados, nervosos, estressados ou mesmo diante de um exame difícil.

Entretanto, a ansiedade se torna um problema quando são reações excessivas que afetam a escola, as relações familiares, as amizades ou a vida social. Cerca de 10% das crianças e adolescentes sofrem de algum transtorno de ansiedade e mais da metade deles experimentarão um episódio depressivo como parte de sua síndrome ansiosa. Na transição da adolescência para a fase adulta a ansiedade pode estar relacionada ao surgimento de grandes responsabilidades, como vestibular, Enem, provas finais na escola, escolha da carreira e procura pelo primeiro emprego.

A ansiedade pode ser desencadeada por um medo inicial como preocupação com o desempenho em uma prova, ir a uma festa na qual não conhecemos as pessoas e falar em público. O problema é também decorrente de sono inadequado (dormir tarde demais e acordar cedo), estresse e uso constante de mídias e videogames e incertezas dos resultados das provas no dia seguinte/medo de falhar às expectativas.

Pode estar ligado também a uma predisposição genética e estar relacionado a fatores como separação dos pais, bullying, viver em um ambiente familiar estressante, perda de um ente querido e histórico de abuso.

Quando nos sentimos ansiosos ou estressados demais, luta & fuga são reações de estresse devido ao medo/ameaça à sobrevivência, com produção do cortisol, que é um hormônio que desencadeia todos estes sintomas:

• Frequência cardíaca aumentada, palpitações
• Falta de ar
• Respiração curta
• Aperto no peito
• Vertigem ou tontura
• Dor muscular
• Dor de cabeça
• Transpiração não devido ao calor, calafrios
• Boca seca
• Dificuldade para engolir ou sensação de “bola” na garganta
• Visão borrada
• Náusea, diarreia ou problemas estomacais
• Nervosismo
• Preocupação frequente
• Vontade de ir ao banheiro
• Dificuldade de pegar no sono ou dormir
• Irritabilidade
• Pensamentos frequentes de perigo ou de que algo terrível irá acontecer
• Inquietação ou sensação de estar “com os nervos à flor da pele”
• Cansaço fácil
• Dificuldade de concentração
• Formigamento ou dormência nos braços e pernas
• Medo de dano físico ou de morte
• Medo de perder o controle e ser incapaz de enfrentar as situações cotidianas.

• Respirar fundo e calmamente 3 a 5 vezes para aumentar a oxigenação cerebral, pois pessoas estressadas respiram mal, curto, rápido e ficam logo ofegantes
• Praticar atividade física
• Manter uma alimentação saudável
• Praticar técnicas de relaxamento
• Ouvir sua música favorita e dançar
• Reduzir o estresse diário
• Evitar o consumo de álcool e cafeína
• Procurar organizar as tarefas do dia a dia.

Tratamento

Você pode precisar de auxílio profissional se esses momentos de ansiedade forem muito intensos, o que pode ser um indicativo da necessidade de acompanhamento por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatras, pediatras e terapeuta de família. Procure ajuda assim que notar os primeiros sinais. Conte com os profissionais da Clínica de Adolescentes.

Dra. Daniela Lemos, psicóloga da Clínica de Adolescentes

Bibliografia

1. Paim, Isaías, Curso de psicopatologia /Isaías Paim – 11. ed.rev. e ampl. – São Paulo: EPU, 1993.
2. David A. Beck e Aaron T. Beck, Vencendo a ansiedade e a preocupação – editora: Artmed; Edição: 1ª (30 de julho de 2012).
3. Paul Stallard, Ansiedade - Terapia Cognitivo-comportamental para Crianças e Jovens, editora: Artmed. Edição: 2010.

 
 
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